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Luis Milman dedica seu texto a negação do Holocausto, através movimento chamado de “Revisionismo”. Este nega a ocorrência do Holocausto, da execução sumária dos sionistas nos campos de trabalho, considera falsos ou fraudados os documentos que de alguma forma culpam os nacional-socialistas alemães.
O texto apresenta três constatações do negacionismo:
1. Este não é uma interpretação historiográfica alternativa, mas sim, uma interpretação fictícia. Enquanto a história tem seu caráter científico definido, provado, a memória, que esta corrente aceita como válida para a afirmação histórica, possui falhas e parcialidade.
2. As explicações rasas para negar o Holocausto e tentar esvaziar de culpa o regime nazista são uma das principais marcas das teorias revisionistas. Estas não alcançam seus objetivos pois confrontam uma enorme quantidade de documentos e depoimentos comprobatórios dos crimes cometidos pelos alemães.
3. esta constatação trata da tentativa de diminuir a importância das atrocidades cometidas pelos nazis. Para tanto, os negacionistas respondem aos ataques que sofrem, com o argumento de que o mal cometido por aqueles durante o seu governo e a II Guerra foi menor quando comparado aos crimes cometidos pelos Aliados em outras ocasiões como a Guerra da Coréia, a do Vietnã, do Iraque, o colonialismo francês na Argélia e no Vietnã, as ações inglesas na Índia, entre outros exemplos. Apesar desta discussão parecer válida – a de expor também os crimes do bloco Aliado -, ela não retira a culpa e a repugnância das ações nazistas na chamada “limpeza étnica” que se propuseram a fazer.
“Os negacionistas apresentam-se como pesquisadores dedicados a questionar a ‘história oficial’”, mas quando vistos de perto são anti-semitas preocupados em habilitar o fascismo e o neofascismo. O negacionismo também é apropriado como “forma de denunciar um alegado artificialismo de Israel (...). Desse modo, o negacionismo passa a servir de justificativa para a rejeição de qualquer forma de compromisso com a existência política de Israel, rejeição a qual apegam-se setores árabes e muçulmanos ideologicamente intransigentes” (Milman, pg. 3). Neste trecho, Milman recrudesce o negacionismo colocando seus defensores como racistas e preconceituosos.
O revisionismo hoje é claramente composto por anti-semitas, neonazistas e integrantes de grupos de extrema-direita. Lembra-se também que os discursos destes muitas vezes podem confundir o público por conta de falácias e até mesmo por argumentações infundadas cientificamente, mas com “ares de autoridades”. Assim, termino com exposição pa necessidade de que a história difundida não deve limitar-se a contar a versão, a “visão” daqueles que venceram, mas evidenciar também o lado derrotado, para evitar que movimentos semelhantes ocorram.
BIBLIOGRAFIA:
MILMAN, Luis. “Negacionismo: gênese e desenvolvimento do genocídio conceitual” In: MILAN, Luis, VIZENTINI , Paulo, Op. Cit., p. 115 a 154.