segunda-feira, 7 de abril de 2008

Um vídeo.

Primeiramente, gostaria de me desculpar pela postgem estúpida... que ninguém fique ofendido, por favor.
este quadro é retirado do programa de animação em "stop-motion" estadunidense Frango-Robô, que faz paródias de uma gama de programas televisivos. é em inglês, mas é bem tranqüilo de entender.

Creio que vale a pena compartilhar este vídeo, por mais chulo e grosseiro que este possa parecer.

um forma humorada - sim, humor negro, mas ainda sim, humor - de contar como se deu a segunda guerra: o expansionismo hitlerista; o descaso - a professora - representante, por que não dizer, da Inglaterra e da França; e a política de ignorância, promovida pelos Estados Unidos - até o momento final, quando se vê atingido.

domingo, 6 de abril de 2008

"A anatomia do Fascismo" - Capítulo 8: p.335-361 - Robert Paxton - Fichamento 3

Neste último capítulo de seu livro, Robert Paxton apresenta, logo no título uma questão que permeia toda a obra: o que é o fascismo?

Para responder tal pergunta, Paxton volta a mencionar as cinco etapas deste, apresentados no primeiro capítulo do livro: criação dos movimentos; enraizamento nos sistemas políticos; a tomada do poder; o exercício do poder; e o longo período de tempo durante o qual o regime faz a opção ou pela radicalização ou pela a entropia.

Para Paxton, o fascismo no poder consiste num composto, um amálgama poderoso dos ingredientes distintos, mas combináveis do conservadorismo, do nacional-socialismo e da direita radical, unidos por inimigos em comum e pela mesma paixão pela regeneração, energização e purificação da nação, qualquer que seja o preço a ser pago em termos das instituições livres e do estado de direito.

Também é encontrado no texto o caráter obsessivo dos fascistas analisado como objeto psicanalítico; entretanto, é um objeto (Hitler e Mussolini) inacessível. Os psicanalistas partem do pressuposto que se alguns fascistas eram de fato loucos, como seu público os adorava e de como eles conseguem exercer suas funções eficazmente por tanto tempo.

A Alemanha em inícios da década de 30 encontrava-se profundamente polarizada. Os clubes alemães, desde o canto coral até os seguros funerários, estavam segregados em redes separadas de socialistas e não-socialistas, o que facilitou a exclusão dos socialistas e a encampação dos demais pelos nazistas.

O também expõe uma linha de pensamento que apresenta o fascismo como uma ditadura industrialista. Isso é dito através da afirmação de que “em países que se industrializaram de forma rápida e tardia,(...) as tensões de classes eram particularmente agudas e as soluções de compromissos eram bloqueadas pela elite pré-industriais sobreviventes." Essa linha de pensamento vê o fascismo como um produto da história. Uma comparação entre os regimes alemão e soviético. O stalinismo diferia do de nazismo em termos de dinâmica social e também de seus objetivos.

Stalin governava uma sociedade civil que havia sido radicalmente simplificada pela Revolução Bolchevique; já Hitler chegou ao poder contando com o assentimento e até mesmo com o auxílio das elites tradicionais.
Ambos os regimes também se diferem em termos de seus objetivos últimos declarados. Sendo para um a igualdade universal e para outro a supremacia da “raça mestra”.

Stalin matava de maneira totalmente arbitrária os “inimigos de classe”, de modo que atingia basicamente os homens adultos da população. Já Hitler matava os “inimigos raciais”, uma condição que condena até mesmo recém-nascidos. Ele queria exterminar povos inteiros, incluindo suas sepulturas e seus artefatos culturais.

Posteriormente, a essas considerações, outra comparação é apresenta, desta vez entre este sistema político e a religião, de modo amplo. Esta se dá pelo fato da mobilização em torno da ritualísca fascista, seus grandiosos eventos e a tão cultuada “ordem” do regime, estimulando seus seguidores até o ponto do fervor abnegado e pregava uma verdade que não admitia dissidência.

Antes de concluir o texto – e o livro -, Paxton faz uma consideração sobre os fascismos e as ditaduras militares, sendo estas muitas vezes chamadas de fascistas. Os autoritários preferem deixar suas populações desmobilizadas e passivas, já os fascistas querem engajar e excitar o público. Os autoritários querem um Estado forte, mas limitado. Hesitam em intervir na economia, coisas que os fascistas sempre estão prontos a fazer, ou em criar programas de bem-estar social. Assim, não se pode colocar uma ditadura militar, nem uma ditadura pré-democrática, como fascista, pois a estas falta a manipulação do entusiasmo das massas e a energia demoníaca do fascismo, que vão lado a lado com a missão de “abandonar as instituições livres” em nome da unidade, da pureza e da força nacionais. Embora todos os fascismos sejam militaristas, nem todas as ditaduras militares são fascistas. A maioria das ditaduras militares atua como simples tirania, sem ousar desencadear a excitação popular do fascismo. As ditaduras militares são muito mais comuns que o fascismo, pois não possuem um vínculo obrigatório com uma democracia fracassada, e são tão antigas quanto os guerreiros.

O autor conclui seu livro com uma definição clara do que é o fascismo, dando esposta a pergunta inicial. O fascismo tem que ser definido como uma forma de comportamento político marcada por uma preocupação obsessiva com a decadência e a humilhação da comunidade, vista como vítima, e por cultos compensatórios da unidade, da energia e da pureza, nas quais um partido de base popular formado por militantes nacionalistas engajados, operando em cooperação desconfortável, mas eficaz com as elites tradicionais, repudia as liberdades democráticas e passa a perseguir objetivos de limpeza étnica e expansão externa por meio de uma violência redentora e sem estar submetido a restrições éticas ou legais de qualquer natureza.


Bibliografia:

PAXTON, Robert O. “A anatomia do fascismo”. São Paulo. Paz e Terra, 2007. Capítulo 8: p.335-361

PARSONS, “Democracy and Social Structure in Pre-Nazi Germany”, em Parsons, “Essay in Sociologycal Theory”, ed. Rev. Glencoe, IL: Free Press, 1954, p. 104-23.